quinta-feira, 4 de março de 2010

Interlúdio (1/1)



Título → Interlúdio
Sumário → Depois da grande batalha de Hogwarts, Hermione se permitiu suspirar.
Status → Completa (oneshot).
Categoria → Gen.
Rating → PG-13.
Spoilers → HP & As Relíquias da Morte (desconsidera o epílogo). 
Principais personagens e/ou Ship → Hermione Granger & Harry Potter.


Depois da grande batalha de Hogwarts, depois que os mortos já haviam sido contados e os feridos encaminhados à Ala Hospitalar, depois de abraçar os amigos e consolar a Sra. Weasley, depois de tudo, Hermione se permitiu suspirar.

Sentada no primeiro degrau da escadaria que levava à entrada principal do castelo, a garota – se é que alguém possa se referir a ela dessa forma, depois de tudo que ela passara – tinha uma visão privilegiada do campo de batalha.

A grama verde estava manchada de vermelho em vários lugares. Verde e vermelho, as cores da guerra – dos dois feitiços mais utilizados nessa loucura: o feitiço da morte e o estupefaça. Os olhos do garoto que sobreviveu mais uma vez e a cor do sangue – tanto dos amigos quanto dos inimigos que ficaram pelo caminho.

Hermione tinha certeza que, durante muitas noites, ao fechar seus olhos para receber em seus braços Morfeus, somente iria ver cenas em verde e vermelho, até que a areia encantada do Eterno fosse depositada em sua mente. Ela nunca iria esquecer a sensação de ver aquelas cores saindo de sua própria varinha.

Tempos atrás, ela nunca iria se imaginar capaz de produzir um feitiço da morte, afinal, para conseguir tal façanha é necessário desejar a morte de outra pessoa e Hermione não era nada senão uma ferrenha defensora da vida – seja de quem for. Mas ela estava errada. Só quando a feia face da guerra se mostrou para ela é que Hermione pode realmente entender do que era capaz.

Guerra é guerra. A sua vida ou a dos seu inimigo – a vida do seu inimigo ou a do seu amigo. A escolha é realmente simples de ser feita, mas o sentimento que fica depois é o de vazio, de horror ao perceber que com duas meras palavras você é capaz de simplesmente sumir com alguém: uma pessoa que pode ter acreditado na intolerância, mas que teve um pai, uma mãe, quem sabe mulher e filhos que irão chorar por sua vida perdida. Era o sentimento de riscar uma parte da história que poderia ter sido permanentemente do rol de possibilidades.

Ela suspirou novamente.

Quase sentia inveja daqueles que nunca poderiam criar um feitiço da morte, nem ao menos para salvar suas próprias vidas – Ron, por exemplo, nunca conseguiu... A maioria dos Comensais da Morte não conseguiam também – não que eles não fossem perigosos, afinal existem maneiras mais fáceis de matar...

Adava Kedavra, entre as três maldições imperdoáveis, é a que exige mais poder. Não bastam apenas as palavras e o intento, é preciso canalizar a mágica para que ela entre fundo o suficiente na outra pessoa para que sua alma possa ser retirada a força. Não é um sentimento agradável.

E Hermione teria que conviver pelo resto da vida com o conhecimento de que era capaz não só do intento como do poder necessário para fazer com que as palavras avada kedavra se tornem mortais. Ela temia que não conseguisse controlar o seu poder com o seu senso ético.

Uma sombra se aproximou por trás dela e Hermione precisou se concentrar para não sacar sua varinha e atacar o recém chegado. Mas o cheiro dele era conhecido e ela sentiu seus ombros relaxarem quando Harry sentou-se ao seu lado.

Os dois ficaram mudos durante algum tempo olhando para aquele jardim de horrores, que antes guardava memórias de aventuras semi-infantis se comparadas às horríveis lembranças da noite que finalmente acabara.

Ele bateu seu ombro esquerdo no dela:

- Tudo bem?

Ela o olhou incrédula e Harry teve a decência de parecer envergonhado pela própria pergunta.

Olhos verdes acharam castanhos – olhos que guardavam o segredo da dor compartilhada, de tantas desaventuras vividas juntos e da possibilidade de serem qualquer coisa, tudo. Do poder que corria pelas suas veias.

Naquele instante Hermione teve a certeza que Harry seria o único que iria entendê-la. Todos os terrores daquele ano foram vividos juntos e assim eles permaneceram, mesmo quando Ron foi embora.

- Você foi incrível na batalha, Harry.

Ele corou com o elogio e ela o amou mais do que nunca por isso: quando você vê um homem que matou tantas pessoas quanto você em um campo sangrento de batalha há apenas algumas horas corar por causa de um mero elogio, sua fé na humanidade se restaura. Hermione não era tola o suficiente para achar que tudo ficaria bem, mas uma parte do vazio que estava sentido foi preenchido pelo sentimento macio e quente da sua amizade por aquele garoto.

- Você também, Hermione.

Nenhum dos dois mencionou as maldições imperdoáveis que o outro havia lançado, mas eles sabiam: Harry vira Hermione lançar um cruciatus contra Bellatrix quando a comensal estava caída e ela havia se permitido sorrir brevemente ao ver a dor daquela mulher que um dia a tivera na ponta de sua adaga.

Hermione sabia que Harry havia encantado Lucius com um imperius para levar uma mensagem falsa para Voldemort e que, antes de retirar o feitiço, fez com que ele retirasse a capa e a máscara que garantiam sua proteção e anonimato, antes de fazê-lo ajoelhar aos pés de Gina e pedir desculpas pelo acontecido na Câmara Secreta, enquanto ela o chutava e Harry segurava o feitiço para permitir à garota a sua pequena vingança.

Eles sabiam-se capazes da maldição da morte e podiam ver seus poderes refletidos um nos olhos do outro.

Como a vida poderia ser normal novamente? Harry quebrou o silêncio novamente:

- Então, você e o Ron...?

Foi a vez dela corar, aquilo havia sido um erro.

- Na verdade, acho que foi só desespero, Harry... Adrenalina faz coisas estranhas com a gente, não é? Só espero que ele entenda.

- O risco de morrer também – disse ele rindo e pensando em Gina.

Ambos sabiam que os Weasleys nunca poderiam ser aquilo que eles precisavam. Como eles poderiam ser? Enquanto eles estavam lutando, Gina estava na escola servindo detenção com Hagrid (não que a escola fosse um santuário naquele ano, mas, ainda assim, era um lugar com figuras de autoridade que retiraram a guerra das costas dos jovens na maior parte do tempo). E, Ron, bom, Ron havia os abandonado. Hermione ainda não tinha certeza se poderia perdoá-lo por isso. Agora que o sufoco passara, o ressentimento deixava um gosto amargo em sua boca.

- Alguém já foi buscar o corpo do Snape?

- Diretor Snape, Harry – ela o corrigiu, contrariada. Algumas coisas, pelo visto, nunca mudavam.

- Ele não foi meu diretor, Hermione, por mais que agora eu o respeite pelo que ele estava disposto a fazer e a sacrificar.

Outro resquício da guerra: eles haviam percebido que ninguém era sagrado e ninguém era de todo o mal, a não ser, talvez, o Lorde das Trevas, mas Hermione ainda tinha suas dúvidas, ela tinha quase certeza que um bom psiquiatra poderia ter evitado que Tom Riddle se tornasse Voldemort.

- A diretora pediu para um dos grupos de resgate vasculhar a Casa dos Gritos. Eles já devem ter encontrado o corpo a essa hora – Hermione não tinha certeza, mas também não tinha a menor intenção de se levantar da onde estava para ajudar ninguém. Ela estava esgotada.

- Sabe, eu me sinto mal por ele. Agora finalmente ele estaria livre para viver sem ter que cumprir a vontade nem do diretor Dumbledore, nem do Voldemort... E todo aquele tempo em que ele passou me protegendo só para descobrir que eu provavelmente morreria no final. Ele deveria ter sobrevivido.

Hermione olhou para o salgueiro lutador ao longe. Ela concordava com Harry, mas...

- Eu não sei, Harry. Na verdade, acho que foi um alívio para ele morrer. Tenho a sensação que o professor não esperava sobreviver a essa batalha e, se ele tivesse sobrevivido, não saberia viver uma vida normal. Ele passou muito tempo fingindo ser quem ele não era...

- É, ele passou praticamente a vida inteira lutando – Harry completou. Ambos sabiam qual era o adendo que estava na ponta da língua do outro: "assim como nós". Será que eles um dia conseguiriam ter uma vida normal depois de passar a adolescência inteira no meio de uma guerra em que eram dois dos principais personagens?

Hermione suspirou mais uma vez e eles trocaram um olhar triste.

Olhos verdes fitaram o gramado sangrento.

Hermione conseguia ver as semelhanças entre Harry e Voldemort, mas para ela as diferenças eram tão grandes que parecia irrisória a chance de ele um dia tornar-se algo parecido com aquele monstro que eles finalmente haviam derrotado.

Mas a vida nunca seria normal para ambos. Não com tanto poder que o ar praticamente vibrava ao redor deles. Hermione sentiu uma ponta de medo: ela somente sentira o ar tremer dessa forma ao redor do falecido diretor e do Lorde das Trevas.

Olhos verdes encontraram castanhos novamente. Ela podia ver nele o medo de não conseguir se conter. O medo que ela não conseguisse se conter. Ela soube que nunca poderia abandoná-lo. Ela sentiu que ele também nunca a abandonaria, afinal apenas eles conseguiriam entender um ao outro. Eles estavam debilitados pela guerra, mas eram mais poderosos do que qualquer outro mago poderia imaginar.

Naquele momento ela jurou, perante os campos sangrentos, em meio às cores da guerra, que ela iria ajudá-lo a permanecer são e ela iria fazer o impossível para não sucumbir as suas próprias trevas.

Dirty Babe (1/1)

Somente para maiores de 18 anos!

Título → Dirty Babe
Sumário → Uma cena de bondage entre Hermione e Severus. Song-fic, oneshot. Baseada na música Sexyback. 
Status → Completa (oneshot).
Categoria → PWP.
Rating → NC-17.
Spoilers → HP & a Ordem de Fênix. 
Principais personagens e/ou Ship → Hermione/Snape.



Ela parecia um anjo demoníaco aos seus olhos. Como era bela quando estava assim, emanando poder de cada poro daquele corpo pequeno porém perigoso...

Não cansava de se admirar com ela. Como alguém tão novo, tão inexperiente poderia ser tão seguro de si? Ela poderia ter o mundo nas mãos se quisesse. A ele, ela já possuía.

– Tire a roupa, Severus. – ela disse, medindo-o com olhos analíticos – E deite-se na cama.

Ele fez o que ela mandara. Não porque receava a dor de um possível punimento, mas porque o agradava imensamente mais simplesmente obedecer a ela.

Pernas cobertas por uma calça de vinil montaram em seu colo. Ela usava suas unhas para arranhar seu peito enquanto ele praticamente ronronava de contentamento. Anh, como ele adorava aquelas grandes unhas vermelhas que machucavam somente o suficiente para ser prazeroso.

– Severus, você tem sido um garoto tão obediente esses dias... Eu estava pensando, acho que você merece um prêmio, não acha? – ela sorriu maliciosa.

Ele não ousou responder, sabia que a pergunta era apenas retórica e que ela ainda não lhe havia dado permissão para falar. Não iria arriscar seu prêmio assim tão imbecilmente.

As unhas continuaram a percorrer seu corpo enquanto ele pensava.

Sempre fora submisso, era parte de sua natureza. Durante anos, seu mestre fora Lucius. Muitos poderiam pensar que Severus se sujeitara a isso pois invejava o amigo, mas estavam errados. Ele não dependia de Lucius apesar de ser seu escravo; era o aristocrata que necessitava Severus – ele precisava reafirmar sua dominância a todo instante.


Lucius era um mestre violento – não que isso o incomodasse, era acostumado à dor desde muito pequeno. Durante o tempo que a relação deles durou, Severus fora feliz, eles somente se separaram quando ele se tornara um espião... Era muito perigoso ter um comensal da morte fiel como amante. Como Lucius era casado, não poderia reclamá-lo sem causar um escândalo público. Então o Contrato entre eles foi esquecido, mas nunca desfeito.

Passara anos sem se voltar para essa faceta de sua personalidade – havia uma guerra em curso e ele realmente não tinha tempo para esse tipo de prazer inconseqüente.

Até que um dia – anh... Os lábios dela se fecharam sobre a cabeça de seu pênis, obrigando-o a morder os lábios para evitar que um gemido saísse de sua boca – até que um dia, voltando de uma tarde estressante de aulas e planejando tomar um longo banho quente, encontrou-a sozinha nos seus aposentos.


– Não ouse, Severus. Você não pode gozar até que eu permita. E nem um som. – ela disse quando um tremor mais forte perpassou o corpo dele.

Hermione estava vestida dos pés à cabeça em couro preto – sua boca salivava somente de lembrar – botas que cobriam até seus joelhos, uma saia curta e um corselet aberto nas laterais, preso por ínfimas tiras do mesmo material. Ela segurava uma coleira nas mãos.


"Estava esperando você, Severus", ele até tentara chamar sua atenção por usar seu primeiro nome. Ela poderia ser monitora-chefe e uma garota brilhante, mas ainda era uma de suas estudantes. Mas não conseguira, estava tão surpreso que nenhum som saíra de sua boca.

"Ajoelhe-se, Severus. Se isso não é o que deseja, diga agora. Caso você não proteste, eu irei realizar o Contrato e você será meu". Ele olhou dentro dos olhos dela, tentou avisá-la de que já tinha um dono, que o Contrato nunca iria dar certo com ele... E fora que isso era errado. Tão errado... Por Merlim, uma estudante!

Mas ela parecia tão segura do que estava falando... A simples vontade de obedecer se apoderara dele. Quando olhou para os seios dela, lutando para sair de seu confinamento, sua parca resistência esvaiu-se. Ajoelhando-se, ele abaixou a cabeça, submisso.

Ela colocou a mão em seu queixo, levantando-lhe o rosto. "Severus Snape, é de livre e espontânea vontade que você se entrega a mim para me servir como eu bem desejar? Promete se entregar aos meus cuidados e me reconhecer como sua dona?" A única coisa que conseguira responder fora um balbuciado "Sim". Hermione sorrira e colocara a coleira em seu pescoço.

O objeto magicamente incorporou-se à sua pele, sendo absorvido por ela. Sentira um leve desconforto enquanto a mágica dela brigava com a antiga de Lucius, mas a da garota a sua frente acabara vencendo. Estava finalmente livre de Malfoy. No lugar onde antes repousava a linha dourada do Contrato com ele, agora estava uma fina linha prateada.

Ele a olhara questionador, pedindo permissão.

"Pode falar agora, Severus", ela concedeu. "Como você sabia que eu iria aceitar um Contrato, Srta. Granger?"

"Em primeiro lugar, Severus, quando estivermos sozinhos, você irá utilizar meu nome. Dentro do seu quarto ou do meu, eu sou sua dona e você deverá fazer sempre o que eu lhe ordenar. Fora deles, seremos amigos e o que mais nos convier. E quanto à ter certeza, bem, eu não tinha" – ela corou ao dizer isso, lembrando-o de como ela era nova – "Mas eu já havia notado a linha dourada com a insígnia dos Malfoy em seu pescoço. Você quer ver qual é o meu símbolo, Severus?" Ele acenou com a cabeça. "Tire a roupa e se olhe no espelho, então."

Ele fez conforme ordenado. A insígnia dela era uma rosa, com inúmeros espinhos. Marcada eternamente em sua pele, logo abaixo da linha prateada... "Apropriado, não? E agora, Severus... Vamos ver o que irei fazer com você..."


Ele quase fez a besteira de protestar quando a boca dela lhe deixou. Talvez fosse melhor assim... Estava tão perto de perder o controle...

– Severus, levante-se. Tire a minha roupa. – ela disse firme, mas gentilmente.

Ele a amava. E não somente a forma como ela o possuía. Ao longo desses meses em que estavam juntos, ele passou a apreciar sua companhia. Mesmo quando somente sentavam perto da lareira para ler ou quando discutiam teorias mirabolantes sobre aritimância. Quando estava com ela, ele conseguia esquecer a maldita guerra. Ela curava não apenas suas feridas físicas. Quando estava com ela, nada mais importava...

Nunca fora bom com as palavras quando queria expressar seus sentimentos, por isso, tentava demonstrá-los a cada deliberado gesto que fazia. Foi com adoração brilhando em seus olhos que ele abriu lentamente o zíper que prendia o bustiê dela, fazendo aqueles maravilhosos seios surgirem. Ele fixou seus olhos nos dela. Era impressionante como ela sempre conseguia ler seus desejos.

– Está bem, Severus. Agrade-me. – ela disse, dando-lhe um meio sorriso condescendente.

Mal ela terminara a frase e os lábios dele já estavam nos seios dela, fazendo seus mamilos enrijecerem. Mordendo-os até quase machucar, fazendo com que ela gemesse alto. Ele aprendera o corpo dela com a mesma dedicação que sempre mostrara para seus estudos: sabia exatamente o que a fazia tremer.

Ela não precisava pedir – aliás, ela nunca pedira. Ele realmente amava aquela mulher.


"Dirty babe, you see these shackles;
Baby I'm your slave.
I'll let you whip me if I misbehave;
It's just that no one makes me feel this way"



Gemeu quando ele mordeu seu mamilo. Ajoelhado assim à sua frente, nu e submisso, ele era a visão mais bela que poderia ter.

Não cansava de se admirar com ele. Tão paradoxal... Autoritário e ríspido na sala de aula e no convívio com os outros professores, mas submisso e dedicado quando estavam sozinhos. Pensando bem, até fazia sentido: essa era a forma com que ele aliviava suas tensões. Para alguém que sempre tinha tudo sobre controle, simplesmente abaixar a cabeça e obedecer deveria ser uma benção.

Hoje completavam oito meses que estavam juntos. Ainda lembrava da expressão de espanto que ele fizera quando a encontrara – com a sua roupa mais sugestiva – esperando-o, sozinha, nas Masmorras.

– Severus, eu quero que você abra esse zíper com os dentes. – ordenou, apontando para o fecho lateral de sua calça.

Assim que ele conseguira livrar-lhe de todo o vinil, voltou a beijar seu corpo, reverenciando cada pequena parte dela, fazendo com que Hermione reprimisse um arrepio.

Deitou-se na cama, chamando-o para perto de si.

– Venha, Severus. Eu quero essa sua boca em mim até que eu goze. Então, se você for um bom garoto, ganhará a recompensa que desejar. – disse estendendo os braços na direção dele.

Ela conhecera o bondage quando estava namorando com Bill. Ele adorava experimentar coisas novas e ficara impressionado com aquele universo. No começo, ela aceitou ser sua escrava. Demorou algum tempo para que ela admitisse que gostava daquele ' jogo', mas que havia algo errado na forma com que eles estavam fazendo aquilo.

Hermione não era considerada a bruxa mais brilhante dos últimos tempos por nada e fez como quando tinha alguma dúvida em uma poção mais difícil ou em uma transfiguração mais avançada: pesquisou tudo o que havia sobre o assunto.

Bill dissera-lhe que somente os homens poderiam ser os mestres, mas Hermione descobriu que ou ele estava errado, ou mentira para ela. Existiam dominatrix muito famosas no Mundo Mágico.

Descobriu também sobre o Contrato, um vínculo mágico, uma espécie de casamento dentro do universo bondage. Era necessária uma confiança imensa entre os parceiros para que ele fosse feito, já que não era reversível, apesar de existirem alguns bruxos que afirmavam que um Contrato poderia ser desfeito através de outro mais forte.

Como tudo não passava de uma mera brincadeira para Bill, ele se negara a fazer o Contrato quando ela apenas mencionara o assunto. Não que ela desejasse fazer o Contrato com ele. Através de suas pesquisas, ela descobrira um feitiço que determina a verdade do seu espírito dentro do bondage. Ela se descobriu dominadora e uma muito poderosa, por sinal.

Ela e Bill acabaram se separando. Hermione havia se apaixonado pelo bondage depois de tudo... Vários grandes bruxos pertenciam a esse universo. O Contrato não era mera formalidade, ele aumentava o poder mágico de cada um... Ela queria ir a fundo naquela nova experiência e estava claro que não era o que o ruivo tinha em mente...

Durante as férias de verão antes de seu último ano em Hogwarts, ela começou a freqüentar sites de sadomasoquismo trouxa. Apesar de diferente do bondage bruxo, os conceitos eram parecidos. Fora através da internet que conhecera algumas pessoas e, durante aqueles meses, aprendera a dominar como desejava: firme, mas com uma ternura que era intrínseca ao seu jeito de ser.

Foi quando voltara para as aulas que tivera uma agradável surpresa: um dia, enquanto estava ajudando Professor Snape a preparar uma poção, ela notou a linha dourada com a insígnia dos Malfoy em seu pescoço. Ela sabia o que era aquilo: era a marca do Contrato, a coleira do submisso. Mas a cor estava tão fraca que parecia que a relação dele com seu mestre estava há muito esquecida. Foi então que ela decidiu tentar sua sorte e conquistar Severus.

Sempre tivera uma estranha 'queda' pelo misterioso professor, mas quando descobriu que ele era do universo pelo qual estava apaixonada e ainda era submisso, ela não conseguiu resistir.

Ela estava tão perto de chegar ao orgasmo agora que não conseguia mais manter a linha de raciocínio. A língua dele fazia maravilhas em seu sexo.

– Severus! – ela gemeu enquanto sentia seu orgasmo tomar-lhe o corpo. Viu-o sorrir, satisfeito.

Recuperando o fôlego, disse:

– E agora, Severus? O que você quer como prêmio? Pode falar.

– O seu prazer é o meu desejo, Hermione. – esperto, muito esperto... Ele realmente sabia ser sutil para conseguir o que queria.

– Então eu quero você dentro de mim, agora.

Enquanto ele a penetrava, notou que ele mordia seus lábios. Sabia que ele estava se contendo para se manter em silêncio, afinal ela ainda não lhe dera permissão para falar livremente. Ela adorava o jeito como ele se esforçava para obedecer.

– Severus, eu quero te ouvir. – disse, apiedando-se dele.

Imediatamente, o homem, antes mudo, passou a gemer e sussurrar em seu ouvido.

Ela o amava, esperava que ele soubesse disso. Cada ordem sua era dada com o intuito de fazê-lo esquecer do restante do mundo. Das amarguras de um passado distante no qual não estavam juntos.

Quando estavam juntos, ela o libertava. Enquanto ele fosse seu escravo, estaria livre de seus fantasmas.

"Come let me make up for the things you lack,
´Cause you´re burning up, I´ve got to get it fast"